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Prof. Dr. Joel Thiago Klein

Cristina Foroni Consani
Professora do Departamento de Filosofia da UFPR

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Cristina Foroni Consani tem graduação em Direito pela Universidade Estadual de Maringá e mestrado em Direito e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Realizou estágio de doutorado-sanduíche no Departamento de Ciência Política da Columbia Unversity (EUA). Realiza pesquisa nas áreas de Filosofia Política moderna e contemporânea, Filosofia do Direito e Teorias da Democracia. Atualmente, sua pesquisa dirige-se ao tema do conflito na filosofia política moderna e contemporânea, com ênfase na relação entre consenso e conflito no âmbito da política internacional, especificamente nas obras de Jürgen Habermas e Chantal Mouffe.

Projetos de Pesquisa
Em Andamento

 

Perspectivas Kantianas sobre as causas da irracionalidade social

PROBAL (PROBAL - CAPES/DAAD)

 

O projeto conjunto de pesquisa se propõe a analisar, problematizar e avaliar os diferentes aspectos da natureza humana acerca das fontes da irracionalidade social e suas possíveis soluções, tais como apresentadas na filosofia de Kant e na filosofia de herança Kantiana (em especial Rawls e Habermas). À primeira vista pareceria que a filosofia kantiana não possui nenhuma relevância para a racionalidade social, área dedicada a definir os meios mais adequados para se alcançar fins sociais e a realização de determinados valores. É do escopo da racionalidade social investigar os obstáculos e definir uma organização sistematicamente adequada para superá-los. Entretanto, se a relação de fins e meios da ação não se constitui como o elemento central das éticas Kantianas, disso não se segue que a racionalidade pragmática não tenha um papel imprescindível, seja para os fins sociais, seja morais. Isso foi claramente enfatizado por John Rawls, que na construção de sua teoria liberal dos princípios de justiça para a estrutura fundamental da sociedade enfatizou o papel da racionalidade social (rationality) e da razoabilidade (reasonableness). Também na Antropologia de um ponto de vista pragmático de Kant encontram-se inúmeros elementos para uma análise sistemática da irracionalidade social. Eles esclarecem diversas dimensões da irracionalidade social, que normalmente são tratados de modo independente, mas que, ao serem reunidos e interligados sistematicamente, constituem uma crítica radical da irracionalidade social e uma alternativa ao egoísmo metodológico (epistemológico, lógico e moral).

O papel do conflito na filosofia política moderna e contemporânea

Na história das teorias políticas observa-se uma oscilação a respeito da necessidade de manutenção ou eliminação do conflito na política, ora considerando-o como um elemento positivo e que deve ser em certa medida promovido pelas instituições, ora negativo e que precisa ser minimizado ou eliminado da ordem pública. Nesse contexto, cabe investigar quais os fundamentos dessa diferença na forma de consideração do papel do conflito e quais as conseqüências decorrentes disso para a própria compreensão da política e do desenho das instituições. Esta pesquisa se justifica pela centralidade da temática do conflito para a filosofia política e pela originalidade de uma abordagem histórico-reconstrutiva que toma esse conceito como o fio condutor para compreender o papel das instituições políticas, bem como a forma e os limites da participação popular. O objetivo é identificar os diferentes papéis assumidos pelo conflito na teoria política moderna e contemporânea a partir de autores emblemáticos de cada período, mais especificamente, Maquiavel e Hobbes, Hegel, Kelsen e Schmitt, Habermas e Mouffe.

Consenso e conflito na política internacional: uma análise dos modelos de Habermas e Mouffe

Este projeto conecta-se com o anterior na medida em que continua a ter como fio condutor o papel que o conflito desempenha no desenho das instituições jurídico-políticas, só que o foco é deslocado do âmbito da política interna aos Estados nacionais para aquele da política e do direito internacional. O processo de globalização e os problemas sociais por ele causados colocaram vários desafios políticos aos estados nacionais. As sociedades nacionais organizadas democraticamente são contrapostas a organizações internacionais concebidas em termos meramente econômicos. Diante disso, surge a necessidade de se buscar outras formas para o processo democrático e para a realização da justiça social além daquelas colocadas em prática dentro do Estado nacional. Jürgen Habermas e Chantal Mouffe encontram-se entre os filósofos contemporâneos da política que têm se debruçado sobre estes problemas. Os modelos por eles delineados, contudo, apresentam respostas bastante distintas para a organização de instituições e da política internacional, respostas estas que encontram suporte no modo como cada um dos filósofos compreende a política. Embora ambos os autores desenvolvam teorias normativas que versam sobre modos de revigorar a democracia nas sociedades contemporâneas, suas propostas estão fundamentadas em ideias distintas e, em certo sentido, até mesmo opostas. Enquanto Habermas retoma o legado kantiano e valoriza a racionalidade, a comunicação e os acordos intersubjetivos, adotando como princípio guia de sua teoria da democracia o consenso alcançado pelos participantes de discursos racionais, Mouffe assume o conflito como uma categoria central para a definição do político e das práticas políticas. A filósofa coloca-se entre a modernidade e a pós-modernidade, uma vez que assume o projeto político da modernidade (de autoafirmação) e rejeita o projeto epistemológico (de autofundação), corroborando as críticas feitas por correntes filosóficas pós-modernas ao racionalismo e ao subjetivismo e valorizando elementos como a contingência, poder e exclusão. Essas diferenças filosóficas no modo de compreensão da política são transpostas para o âmbito da política internacional, de modo que Habermas propõe um cosmopolitismo jurídico, pautado na constitucionalização do direito internacional e Mouffe, de modo distinto, defende uma ordem mundial multipolar na qual blocos regionais engajam-se em uma política adversarial. Diante dessas divergências, o propósito deste projeto de pesquisa é cotejar os modelos de Habermas e Mouffe e realizar uma avaliação crítica de ambos.

Projetos de Pesquisa
Publicações de destaque

Publicações de Destaque

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Leituras de Rousseau

Cristina Foroni Consani | Joel T. Klein 
Leituras de Rousseau [recurso eletrônico] – Florianópolis: NéfipOnline, 2022, 319 p.

Rousseau é um autor fascinante. Sua escrita é apaixonada, fluída e tem a capacidade de capturar facilmente a atenção de seus leitores. À medida que o leitor avança no estudo de seus textos depara-se, contudo, com a complexidade do pensamento deste filósofo, com suas ambiguidades e sutilezas e, não raro, passa a questionar se não está diante de paradoxos. O propósito deste livro é se debruçar sobre o pensamento político de Rousseau, explorando suas ambiguidades e questionando se elas podem de fato ser consideradas paradoxos, ou se é possível acomodá-las a partir de uma leitura mais abrangente e nuançada de sua obra. Essas leituras de Rousseau podem, todavia, ser consideradas um tanto quanto heterodoxas, uma vez que não pretendem apenas fazer uma exegese de seus textos e excertos mais polêmicos. Além de uma análise da obra política de Rousseau, pretende-se também estabelecer uma conexão entre seu pensamento e temas que têm se destacado na filosofia política contemporânea. Busca-se, assim, mostrar como a obra de Rousseau é apropriada por grandes pensadores políticos de seu tempo e também por filósofos contemporâneos, os quais visualizam em seus escritos, ainda que em gérmen, elementos fundamentais para se pensar a democracia, a liberdade individual e sua conciliação com os interesses coletivos, os elementos que o atrelam ao republicanismo e ao liberalismo, os contornos da propriedade e da justiça social, a crítica social, a educação cívica e a natureza humana.

 
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Cosmopolitanism
From the Kantian Legacy to Contemporary Approaches

Cristina Foroni Consani (Hrsg.) | Joel T. Klein (Hrsg.) | Soraya Nour Sckell (Hrsg.) - Beiträge zur Politischen Wissenschaft (BPW), Band 198, 2021. 1 Abb.; 326 S.

This book investigates several dimensions of the concept of cosmopolitanism since Kant. The first of these dimensions is a world vision that considers the construction of a »cosmopolitan self« as a question of justice. The second is the idea that a local political-legal order is fully democratic only if it respects the environment and the human rights of all people of the world, regardless of their citizenship. The third dimension concerns the practice of crossborder associations between individuals, institutionalized or not (cosmopolitics, as Balibar called it). The fourth considers individuals as subjects of international law, as in the case of individual petitions concerning human rights through the European Court of Human Rights and individual responsibility in international criminal law. Finally, the fifth dimension is a form of ecological consciousness based on the relationship between the self and the cosmos, which would imply a profound revision of modern anthropocentric concepts.

Confira a prévia do livro.

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O Paradoxo da democracia constitucional

1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.

Um dilema acompanha desde seu surgimento o constitucionalismo moderno (e, portanto, o contemporâneo, que dele deriva). O dilema diz respeito à relação tensa, quando não abertamente contraditória, entre constituição e democracia. Formulado paradigmaticamente na discussão epistolar entre dois pais fundadores dos Estados Unidos, Thomas Jefferson e James Madison (o primeiro defendendo a necessidade de repensar a constituição a cada dezenove anos, ou seja, a cada nova geração.

Escritos Político-Constitucionais (Condorcet) - Livro organizado/traduzido

1. ed. Campinas: Editora Unicamp, 2013.

Este livro reúne textos de Condorcet escritos desde pouco antes do começo da Revolução Francesa, em 1789, até meados de 1793. Os textos aqui reunidos tratam de assuntos ligados à teoria política e constitucional ou, mais precisamente, da crítica às distintas formas existentes de despotismo; da defesa da igualdade de direitos das mulheres e dos negros; do projeto constitucional que Condorcet propõe para a França revolucionária, no qual o autor desenvolve um modelo que concilia o governo representativo com a democracia direta; e, por fim, das críticas tecidas ao projeto de Constituição Montanhesa, adotado em 1793. Esses textos discutem temas abordados em diferentes campos das ciências humanas e sociais, tais como filosofia, sociologia, ciência política, história e direito.

Jefferson vs. Madison Revisited

Foroni, Cristina and Pinzani, Alessandro. Jahrbuch Für Recht Und Ethik / Annual Review of Law and Ethics, vol. 21, Duncker & Humblot GmbH, 2013, pp. 111–32.

 
 
 

Im vorliegenden Aufsatz wollen wir auf ein Dilemma eingehen, mit dem sich der Konstitutionalismus seit seiner Entstehung im 18. Jhd. konfrontiert sieht, da es seine erste, paradigmatische Gestalt in einem Briefwechsel zwischen Thomas Jefferson und James Madison annahm. Es betrifft die schwierige Beziehung zwischen Verfassung und Demokratie. Unser Ziel ist es, die möglichen historischen und begrifflichen Gründe zu rekonstruieren, die viele Autoren dazu geführt haben, zwei Modelle einander entgegenzusetzen: das Konstitutionalismusmodell und das radikal-demokratische Modell. Beide beanspruchen, jeweils die beste Möglichkeit anzubieten, um das demokratische Ideal zu realisieren. Wer das eine vertritt, behauptet oft, dass das andere dieses Ideal verrät und zu einem Zusammenbruch des demokratischen Sistemas führen würde, falls es sich durchsetzen sollte. Es ist unsere These, dass der einzig mögliche Ausweg aus dem Dilemma eine Verfassungsform wäre, die Institutionen vorsieht, durch die der souveräne Volkswille demokratisch ausgeübt werden kann, ohne die von Madison und anderen Vertreternus vertrenhenhüns konstitutionalism. Wir finden ein historisches Beispiel für diese dritte Alternative in Condorcets Verfassungsplan.

 

Democracia e os discursos de ódio religioso: o debate entre Dworkin e Waldron sobre os limites da tolerância

Ethic@ (UFSC), v. 14, p. 174-197, 2015.

Este artigo analisa as divergências que permeiam o debate entre dois jusfilósofos liberais contemporâneos, a saber, Ronald Dworkin e Jeremy Waldron, a respeito da relação entre democracia, tolerância e os discursos de ódio religioso. Primeiramente, são apresentados os argumentos de Dworkin segundo os quais qualquer tentativa do Estado de impor limites a discursos e manifestações de ódio religioso viola o direito fundamental à liberdade de expressão e, por conseguinte, afeta a legitimidade democrática. A seguir, apresenta-se o posicionamento de Waldron segundo o qual restrições legais aos discursos de ódio são necessárias para assegurar que a intolerância não solape os princípios e valores democráticos. Por fim, avalia-se em que medida as propostas dos autores conseguem apresentar respostas satisfatórias para a relação entre religião, democracia e tolerância.

O positivismo jurídico normativo na perspectiva de Jeremy Waldron

Quaestio Iuris (Impresso), v. 8, p. 2424-2448, 2015.

Este artigo apresenta e discute o positivismo jurídico normativo a partir da teoria de Jeremy Waldron. Primeiramente, são apresentadas as principais tendência do positivismo jurídico contemporâneo, a saber: o positivismo jurídico nas propostas inclusiva, exclusiva e normativa. Em um segundo momento a análise concentra-se no positivismo jurídico normativo de Jeremy Waldron. São apresentados os argumentos do autor para a justificação da autoridade do direito, assim como a proposta metodológica do positivismo normativo que não se restringe a fazer uma descrição do direito positivo. Ao final, argumenta-se que a proposta de Waldron busca conectar o positivismo jurídico com a tradição política normativa e, desse modo, desenvolver uma teoria democrática do direito.

O Federalista e a democracia: revisitando a teoria da separação dos poderes e o papel do judiciário

Revista Direitos Fundamentais & Democracia (UniBrasil), v. 18, p. 148-183, 2015.

O presente trabalho analisa as principais teses de uma obra seminal do constitucionalismo moderno, a saber, O Federalista, concentrando a atenção na teoria da separação dos poderes, no governo representativo e na relação dessas instituições com as práticas democráticas. A partir de uma análise teórica e histórica, busca-se encontrar neste texto alguns elementos que podem ser retomados e apropriados pelo debate contemporâneo a fim de lançar luz sobre os problemas pertinentes à relação entre os poderes na atualidade e, notadamente, sobre a questão da judicialização da política e das práticas democráticas. O método de pesquisa utilizado no desenvolvimento deste trabalho foi o de pesquisa bibliográfica.

Kelsen leitor de Kant: considerações a respeito da relação entre direito e moral e seus reflexos na política

Principios, v. 23, p. 125-170, 2016.

Este artigo investiga, a partir das teses de Kant e de Kelsen, as consequências, no âmbito da filosofia política e do direito, da aceitação e da negação da metafísica na fundamentação da moral e do direito. Tendo em vista a influência do pensamento kantiano em Kelsen, na primeira seção apresenta-se a relação entre direito e moral em Kant; na segunda seção mostra-se como se estabelece a relação entre direito e moral em Kelsen e, por fim, na terceira seção realiza-se uma avaliação de ambas as propostas e de seus reflexos na política.

Democracia, Deliberação e Discussão na Filosofia Política de Rousseau

Foroni, Cristina and Klein, Joel. Revista Portuguesa de Filosofia, v. 73, p. 239-266, 2017.

Abstract This paper analyses the relationship between Rousseau’s political philosophy and the concept of democracy, while focusing on the debate about the admissibility of deliberation and discussion at the assemblies. After presenting different readings of Rousseau’s views of deliberation, we advocate from a distinction drawn between debate and discussion that the central goal of Rousseau’s political philosophy is not to avoid public deliberation, but to avoid or mitigate the influence of rhetoric in the public space. Throughout the paper, we also point out a series of comparisons between Rousseau’s democratic theory and ancient and contemporary political ideas, in this case, those of philosophers such as Plato, Tocqueville, Schmitt and Kelsen.

A complementaridade entre os aspectos liberais e republicanos na filosofia política de Rousseau

Veritas (Porto Alegre), v. 62, p. 65-97, 2017.

Este artigo apresenta os aspectos liberais e republicanos da filosofia política de Rousseau e defende que eles devem ser interpretados como complementares. Entretanto, essa complementaridade pode ser caracterizada num sentido específico, qual seja, como sendo um liberalismo republicano.

O conceito de vontade na Filosofia Política de Rousseau e de Condorcet

TRANS/FORM/AÇÃO (UNESP. MARÍLIA), v. 41, p. 99-140, 2018.

Este texto analisa o conceito de vontade na filosofia política de Rousseau e busca reinterpretá-lo à luz da filosofia de Condorcet. Defende-se que Condorcet consegue tornar o conceito de vontade geral rousseauniano menos ambíguo, a partir da adoção de três critérios, a saber: a elaboração de um rigoroso método para a identificação da vontade coletiva, a defesa da instrução pública e a opção por um republicanismo democrático.

O papel da dignidade na fundamentação dos direitos humanos

ESTUDOS KANTIANOS, v. 6, p. 17-28, 2018.

O propósito deste artigo é apresentar e cotejar dois modelos distintos de fundamentação dos direitos humanos. Primeiramente, será apresentada a proposta de fundamentação dos direitos humanos delineada por Luigi Caranti em seu livro Kant’s Political Legacy, considerada por ele mesmo como uma fundamentação ortodoxa ou moral e inspirada na obra de Kant; em seguida, será abordada com a fundamentação política defendida por Jeremy Waldron.

Sobre um possível déficit democrático no modelo cosmopolita habermasiano

Veritas (Porto Alegre), v. 64, p. 32714-25, 2019.

Este artigo apresenta o modelo cosmopolita habermasiano e levanta questionamentos a respeito de um possível déficit democrático em sua teoria. Primeiramente, apresenta-se o diagnóstico de época elaborado por Habermas que o leva à defesa da constitucionalização do direito internacional. Em um segundo momento, apresenta-se o prognóstico, isto é, a proposta de Habermas para constitucionalização do direito internacional. Ao final, analisa-se em que medida o arcabouço institucional-democrático delineado por Habermas para uma ordem política internacional oferece respostas para os problemas por ele mesmo suscitados.

É possível uma Constituição sem Estado? Uma análise da proposta habermasiana de política mundial sem governo mundial.

ETHIC@ (UFSC), v. 19, p. 318-337, 2020.

Resumo

Democracia, tecnocracia e a questão da (im)parcialidade judicial

DOIS PONTOS (UFPR), v. 17, p. 85-96, 2020.

As sociedades contemporâneas se encontram diante de uma dupla relação entre o poder judiciário e a política: no âmbito normativo a imparcialidade figura como um pressuposto; no âmbito descritivo a imparcialidade não se configura. Este artigo analisa este descompasso entre os âmbitos normativo e descritivo da relação entre poder judiciário e política em três momentos: primeiramente, apresenta-se a distinção entre julgamentos políticos e julgamentos judiciais elaborada por Nadia Urbinati; em segundo lugar, a partir da obra de Jeremy Waldron, questiona-se a tese da imparcialidade judicial e apresenta-se a defesa feita pelo autor de um modelo de revisão judicial em sentido fraco; em terceiro lugar, também a partir da obra de Waldron, mostra-se como a atuação política do judiciário afeta o ideal de Estado de Direito.

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